segunda-feira, 28 de junho de 2010

Metafísica da epifania

Não sei se começava o post me apresentando, ou se ia direto ao ponto, mas agora que a procrastinação já começou, nada impede que ela continue. Sou a Gabivalda do Indie&co, e existe uma indicação mútua de ambos os blogs. Gosto muito do Café na Chaminé, e acompanho os posts desses jovens gafanhotos. (fikdik)
Procrastinação é um tema que me persegue, mas não é sobre isso que escrevo. Sem mais delongas, vamos ao assunto.
Epifanias têm lugar e hora para acontecer, e elas raramente vêm em lugares normais. A maioria das minhas epifanias vem no banho, outras delas quando eu acordo, mas nunca, jamais, tenho uma epifania durante uma prova de produção de texto. E todas as pessoas deviam se acostumar com esse fato; boas ideias nunca aparecem quando você precisa.
Descobri que quando se pensa em algo genial, na maioria das vezes é só ilusão, pois passados vinte minutos após o banho de ideias, tudo parece não tão genial, e então tudo que antes era a salvação para o mundo, o melhor dos versos, a mais incrível das músicas, não passa de uma frustração.
Hoje mesmo, na aula de biologia, tive uma epifania - perceba que como eu disse, isso nunca acontece em lugares normais. E acredite essa metafísica epifânica nasceu desse momento de luz que tive. O que comprova que epifanias, na maioria das vezes, não dão em boa coisa.
A difícil arte de reter boas ideias vêm da falta de preguiça. Agora, no final do dia, a ideia de escrever aqui já não parece tão boa, quanto na hora em que ela foi concebida. Porém, a maiêutica às vezes trai todos os seus fiéis seguidores. Como esquecer de Bentinho - Dom Casmurro -, e seu soneto nunca acabado? Epifanias que não deixam de ser boas, mas apenas não nasceram por inteiras.

"Oh! flor do céu! oh! flor cândida e pura! ... Ganha-se a vida, perde-se a batalha!" Dom Casmurro -Machado de Assis

Gabivalda